28 de agosto de 2016

[ Está branco o mar, de vento]






Está branco o mar, de vento;
se os elementos te atemorizam ficarás
nesta ilha, interdito de nadar para Syros
ou somente cruzar a baía.
Mas coisa alguma fora se interpõe:
o mundo mudou, mas mudou dentro de ti.
Igualmente longe do centro do mundo,
da sagrada Delos, museu de deuses,
e longe da estrada que corre à tua porta,
possibilidade do vizinho, hipótese do estrangeiro,
o que no mundo mudou está dentro de ti.
Tomas o mar como fronteira, antigo povo navegador;
porque está branco o mar, de vento,
dentro.

(Tinos, 27/07/16)

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